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BRIGA
POLÍTICA

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Jornal do
Commercio
Recife - 13.11.99
Sábado
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Coronel
reforça acusação a Campos
por ROSÁLIA LIMA
Acusado, pela segunda vez,
de favorecimento em contrato de prestação de serviços de vigilância ao
Governo do Estado, o empresário Paulo Sérgio Macedo - sócio do grupo liderado
pela empresa Nordeste Segurança de Valores e amigo e correligionário do
governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) - decidiu pronunciar-se "pela
última vez", anteontem, em entrevista ao Jornal do Commercio. O
argumento de defesa, em si, não é novo. Ele se diz vítima, primeiramente, de
"extorsão", e depois, de "vingança", por não ter cedido a
uma segunda tentativa de extorsão por parte do deputado federal e
ex-secretário da Fazenda Eduardo Campos (PSB). A novidade agora é que o
empresário lastreia-se em cópias de documentos e apresenta uma testemunha
para o que afirma.
A testemunha é o
superintendente de operações da Nordeste Segurança de Valores, o coronel PM
da reserva, Antonio Menezes, um dos comandantes da Polícia Militar durante a
terceira e última gestão (94/98) do ex-governador Miguel Arraes (PSB), da
qual, Campos foi secretário da Fazenda. Antonio Menezes não só confirma ter
sido procurado, por telefone, em julho de 98 pelo próprio Campos - teria
pedido uma comissão de R$ 3 milhões para favorecer a Nordeste numa futura
concorrência, cujo alvo era um contrato estimado em R$ 40,7 milhões/ano -,
como apresenta notas fiscais de contas telefônicas comprovando ligações
feitas para um número, segundo diz, indicado por Campos. As ligações teriam
sido para o coronel Menezes dizer se a Nordeste concordava ou não com a
negociata.
O número de telefone citado
pelo coronel Menezes - que na segunda administração Arraes (87/90) foi
ajudante de ordens do gabinete do governador - é o 969.4710. Trata-se de um
celular funcional pertencente à Fundarpe, usado à época pelo deputado federal
Eduardo Campos, pelo diretor de patrimônio histórico da fundação, Marcos
Loreto, e pelo assessor da Secretaria de Trabalho e Ação Social, Gustavo
Belo.
Com a experiência de quem
administra uma empresa com 30 anos de mercado, dez filiais (oito Estados
nordestinos, mais São Paulo e Rio de Janeiro), 10 mil funcionários, e
projeção de faturar R$ 180 milhões este ano), o empresário Paulo Sérgio
Macedo admite ter preferido pagar "comissões" a Campos - através de
emissários -, entre agosto e novembro 96, ao invés de denunciá-lo.
"A Nordeste tinha um
atrasado de mais ou menos R$ 3 milhões a receber. Ele (Campos) mandou Roberto
Rego (ex-diretor do Detran no terceiro Governo Arraes) me procurar para dizer
que só liberava o atrasado e pagava as parcelas vincendas até o fim de ano,
se eu pagasse uma comissão de 20%. A minha rentabilidade nesse contrato não
chegava a 10%. Eu tentei negociar porque não poderia pagar para trabalhar.
Roberto se comprometeu a ser meu advogado junto a ele e defender que ficasse
em 15%, mas ele não concordou. Foi uma negociação que durou uma manhã até
cerca das 13h", assegura.
Segundo Macedo, como não
houve forma de reduzir o percentual, ele negociou fazer o pagamento em
parcelas, na medida que fossem sendo liberados os atrasados. "Mas exigi
que os recibos fossem em bônus eleitorais. A única maneira de justificar a
extorsão era exigir os recibos em bônus, já que estava no período
eleitoral", conta, exibindo cópias de bônus, recibos e notas fiscais de
terceiros, no total de R$ 609.163,00, equivalentes a 20.05% dos R$
3.038.878,61 que a Nordeste tinha a receber por serviços prestados à Compesa,
Fundarpe, Secretaria de Educação e Bandepe.
Apesar de detalhar como
concordou em ser extorquido em 96, o empresário afirma ter-se recusado a
pagar uma nova "comissão", em 98. A concorrência em questão era a
de nº 04/98, para a realização de serviços de vigilância das 1.170 escolas
estaduais, num contrato anual estimado em R$ 40,7 milhões. Para
"vencer" a licitação, segundo Macedo, a Nordeste deveria pagar uma
comissão de R$ 3 milhões a Eduardo Campos.
"Eu não poderia compactuar com essa fraude que ele (Campos) quis
montar contra o Estado. E não só não concordei, como impedi que outros
pagassem essa extorsão. Entrei na Justiça todas as vezes que ele tentou fazer
a concorrência. A raiva dele é essa. Depois disso, a Nordeste deixou de
receber pelo serviço que vinha prestando. Foi uma vingança", completa
Paulo Sérgio Macedo.
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BRIGA POLÍTICA II
"Minha
intenção no caso é apenas narrar os fatos"
Para poupar-se de possíveis
interpretações de que teria interesse pessoal no caso, o coronel Antonio
Menezes quis deixar clara sua intenção de "não acusar ninguém, apenas
narrar os fatos", sobretudo, porque "ainda tenho uma grande amizade
por ele (Campos) porque conheci o seu pai - Maximiano Campos -, que
considerava como um irmão. Só não sei se depois disso ainda terei". Esta
é a razão pela qual o coronel supõe ter sido procurado pelo próprio deputado,
na manhã de 29 de julho de 98, para ser porta-voz da proposta à Nordeste.
De acordo com Menezes, no
telefonema Campos lhe dissera o seguinte: "Amanhã vai estourar uma bomba
atômica". Quando procurou saber o que era, ouviu que seria uma licitação
para contratação de vigilância para todas as escolas estaduais, que deveria
envolver algo em torno de quatro mil homens, contingente equivalente a pouco
mais de um terço de todo o efetivo da Polícia Militar.
Conforme a narrativa do
coronel Menezes, Campos teria dito estar indo, naquele momento, "para
uma reunião num hotel, com um grupo de fora também interessado na licitação.
Ele não disse qual era o hotel nem quem era o grupo de fora". Portanto,
"se a Nordeste tivesse interesse, a contribuição seria de 3 quilômetros
e nem um metro a menos". O coronel diz ter argumentado não entender a
proposta se, cerca de R$ 3 milhões era o que a Nordeste teria a receber da
Secretaria de Educação até o final do ano. "Perguntei: E a gente tem
como ganhar? E ele me disse: `Isso é comigo'. Mas, como sou superintendente
de operações, informei que iria levar o caso à diretoria da empresa, e assim
o fiz".
Naquele mesmo dia, o
coronel lembra ter levado o assunto ao conhecimento do diretor jurídico,
Marcos Paiva, e, posteriormente, ao diretor Paulo Sérgio Macedo, e ambos
desautorizaram qualquer negociação com o socialista. Como precisou viajar à
filial da Nordeste em Salvador, o coronel afirma ter dado esta informação a
Campos. "Por isso, ele me deu o número do celular 969.4710 para eu ligar
da Bahia, dizendo se a empresa tinha concordado".
A primeira chamada foi
feita de um celular (à época, de propriedade de Menezes, hoje pertencente ao
seu filho, cujo número pede para não ser publicado), conforme registra a
fatura. Campos, porém, alegou não poder falar naquele momento porque
"estava embarcando para Afogados da Ingazeira com o governador"
Miguel Arraes, que estava em pré-campanha pela reeleição. Depois, diz ter
recebido um telefonema de Campos, pedindo para que a próxima chamada fosse
feita de um aparelho convencional.
No dia 30 de julho, o
telefone usado pelo coronel foi o 384.7792 (da sede da empresa Nordeste em
Salvador, também registrada na fatura), "na presença do coronel
Praxedes, que é superintendente de operações de lá", revela Menezes.
Segundo ele, quem atendeu o celular em Afogados e o passou para Campos foi o
então diretor de abastecimento da Ceagepe, Romero Pontual. "Nessa
oportunidade, disse a ele (Campos) que não haveria acordo e minha
participação se encerrou ai".
O coronel Antonio Menezes, no entanto, admite a
possibilidade de o deputado Eduardo Campos negar tal envolvimento.
"Seria natural, isso não me espantaria. Mas ele sabe que ligou para mim
e eu tenho testemunhas",
acrescenta, dizendo não estar, por enquanto, autorizado a revelar este
segundo nome.
SERÁ QUE O LINDINHO AGIU ASSIM, SE ASSIM FOI,QUANTO NÃO ESTA INDO NOS CONTRATOS DA ARENA, DAS OBRAS D VIABILIDADE, E AGORA NA SECA? pqp! EU QUERIA APENAS 0,001%
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POLITICO BOM, É POLÍTICO MORTO. TEM UMA FACA AÍ?
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